Dispersões

1998-2007


The Spread drawings were born intuitively as a peculiar method of work, when I was drawing for the first time in the Brazilian Pantanal. The fluvial and lacustrine landscape of Pantanal, characterized by a myriad of river meanders that infiltrate through the vegetation, forms a continuous flow of panoramas with an exuberant diversity, which parade before our eyes as we let ourselves be carried away by the flow smooth, but continuous, of the river current. I then developed an alternative way of pointing out the landscape that was simply the oral description, recorded on a hand-held recorder, reporting what I was seeing. It was later in the studio that these landscapes came to light, as a result of listening to the recorded oral descriptions, consulting sparse graphic notes and photos of specific details taken at the time. The images “obey” the description almost literally on the paper, where, for example, a passage described as “a smooth curve on the right” commands the composition of the image with a curved, smooth line towards the right corner of the paper. Another interesting feature of these drawings is their discontinuity. It is the result of a natural discontinuity of very observation, while I was making a sketch… and the movement down by the river landscape did not stop. Upon returning to observation, the landscape was already slightly different. Constant movement, displacement, discontinuity and diversity are the hallmarks of observing these panoramas.

Dispersões

1998-2007


As Dispersões nasceram intuitivamente como um método de trabalho peculiar, quando estive desenhando pela primeira vez a paisagem do Pantanal, caracterizada por uma miriade de meandros fluviais que vão se infiltrando em meio à vegetação. É um fluxo de panoramas com uma diversidade exuberante, que vão se sucedendo continuamente ao longo da correnteza fluvial. Desenvolvi, então, uma forma alternativa de apontamento da paisagem que foi simplesmente a descrição oral, registrada em um gravador de mão, relatando o que eu via. Foi no estúdio, posteriormente, que fiz os desenhos, resultado da audição das descrições orais registradas, de alguns parcos apontamentos gráficos e de fotos de detalhes específicos tomados na ocasião. As imagens “obedecem” a descrição de maneira quase literal no papel, onde, por exemplo, um trecho descrito como “uma curva suave à direita” comanda a composição da imagem com um traço curvo, suave, à direita no papel. Outra característica interessante desses desenhos é a descontinuidade. Ela é resultado de uma descontinuidade natural da observação enquanto eu realizava um esboço e o deslocamento pela paisagem fluvial não parava. Ao voltar à observação, a paisagem já era ligeiramente diversa. Movimento constante, deslocamento, descontinuidade e diversidade são as marcas da observação desses panoramas.